sim, eu quero compartilhar esses textos com alguém. não, eu não quero falar sobre isso.

Medicina, lei, negócios e engenharia são ocupações nobres para manter a vida. Mas poesia, beleza, romance e amor são razões para ficar vivo
[sociedade dos poetas mortos, 1989]



domingo, 7 de fevereiro de 2021

prólogo de um livro que nunca foi escrito

 Fazem quase 11 meses que eu te vi pela primeira vez. Posso dizer, com um pouco da licença poética que me é permitida, que você está ligado ao início do meu 2020. Assim como num ano novo, você apareceu na minha porta como fogos de artifício e músicas de verão (poderia fazer mais uma analogia ao fato da sua roupa ser branca, mas até eu tenho meus limites de clichê). Desses onze meses, cinco foram poesia. Os outros quatro mais me parecem com um papel de rascunho amassado. Poderia escrever vários diálogos com as nossas conversas que ainda me recordo de cor(ação), ou então uma distopia com os as datas que se destacaram – acredite eu me lembro de tudo.

Já lhe disse o quanto tenho minhas dúvidas sobre o passado. Seria melhor não ter os momentos bons e viver na obliviedade ou as memórias, se colocadas numa balança, pesam mais do que a saudade? Bom, não teria como tirar essa prova pois para isso seria necessário separá-las e, acredite, há muito que tento fazê-lo. Fato é que (in/felizmente) não há forma de mudar o que já se foi, nem aquilo que não chegou a ser.
Não sou capaz de colocar tudo em palavras, e nem gostaria se conseguisse. As coisas que escrevo sobre ti acabam saindo mais melancólicas do que são visadas, não fazendo jus ao que foram de verdade. Gostaria de poder fazer aquela divisão que mencionei, poder eternizar nossos momentos no papel e guardar para sempre a lembrança do seu corpo esquentando o meu.

Fazem quase 11 meses que eu te vi pela primeira vez.
Te conheci no dia 10 de fevereiro. Conheci teus lábios no dia 20.
Te entreguei meu corpo no dia 15 de maio. Nunca tive a chance de fazer o mesmo com o meu coração.

Ps. Alguns anos atrás escrevi um verso apenas pela estética dele, e agora ele então fez sentido.
“Você é o meu pretérito mais-que-perfeito que, de tão perfeito, nem chegou a existir”

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